Dólar atinge a menor cotação do ano
O dólar caiu ontem para o nível em que estava exatamente um ano atrás, no dia que marcou a fatídica quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers. A moeda encerrou a terça-feira cotada por R$ 1,806, baixa de 0,39%.
Taís Fuoco
O dólar caiu ontem para o nível em que estava exatamente um ano atrás, no dia que marcou a fatídica quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers. A moeda encerrou a terça-feira cotada por R$ 1,806, baixa de 0,39%. É a menor cotação do ano.
Já a Bolsa de Valores subiu 0,67%, chegando a  59.263 pontos, maior nível de fechamento desde o final de julho de 2008. O giro  financeiro da sessão foi de R$ 4,9 bilhões.
Segundo analistas, os  investidores decidiram virar a página da crise buscando ativos que ajudem a  recuperar suas perdas recentes. Os números das vendas no varejo dos EUA e o  discurso do presidente do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke,  serviram para dar a certeza que o investidores buscavam: a curva da economia  global agora é do chão para cima. 
O Departamento de Comércio dos EUA  informou que as vendas no varejo subiram 2,7% em agosto na comparação com julho  e superaram as expectativas dos analistas, que eram de alta de 2%. Excluindo  automóveis, as vendas no varejo cresceram 1,1%, também acima das estimativas de  aumento de 0,4%.
Bernanke contribuiu para a crença de que a crise é  passado, mas não deixou de pedir "pé no chão" aos aplicadores. Ele afirmou,  durante uma sessão de perguntas e respostas na Brookings Institution, que,  embora a "recessão muito provavelmente tenha acabado" do ponto de vista técnico,  a fraqueza da economia deve continuar. 
A opinião foi compartilhada pelo  Banco Fator, em relatório. "A fragilidade do mercado de trabalho, que continua  em contração, é um limitador para a recuperação mais forte no ritmo de vendas",  escreveram os analistas do banco. 
BUFFETT
O movimento de ontem  foi reforçado pela informação de que o bilionário Warren Buffett pode fazer  novos investimentos. Em uma conferência na Califórnia, Buffett afirmou que sua  empresa, a Berkshire Hathaway Inc., estava comprando ações naquele  momento.
O Brasil parece ser um dos destinos dos investidores, com a  volta dos estrangeiros à Bolsa e a demanda por captações externas de empresas  como Vale, CSN e Banco Cruzeiro do Sul.
Segundo a NGO Câmbio, depois de  terem provocado fluxo negativo de investimentos até o dia 4 de R$ 1,29 bilhão,  os estrangeiros compraram mais do que venderam R$ 1,5 bilhão nos últimos três  dias. 
"Considerando os extremos, o retorno sinaliza algo como US$ 1,4  bilhão e este fato fez com que a Bovespa conseguisse sustentar movimento de alta  descolado do comportamento das bolsas externas", afirmaram analistas da  corretora, em relatório.
